Igbá, compilação do Metá Metá, é lançada em LP
Disco é o 19º lançamento da Três Selos e conta com canções gravadas desde 2008
Detalhe da capa de Igbá | Créditos: Reprodução 
Parte externa do gatefold, com contra capa e capa | Créditos: Reprodução 
Parte interna do gatefold, com imagem da banda durante apresentação e ficha técnica | Créditos: Reprodução 
Pôster que acompanha a edição, com ilustração da capa do EP lançado pelo trio em 2015 | Créditos: Reprodução
Chega ao mercado uma coletânea do Metá Metá em vinil. Com músicas que vão desde seus primeiros registros, o LP reúne diversos momentos dos 12 anos de carreira do grupo. O disco traz faixas dos três EPs virtuais lançados pelo trio, interpretações da obra de Jards Macalé e Capiba e gravações extras de Gira, trilha sonora feita para a companhia de teatro Grupo Corpo em 2017. Igbá é palavra do Iorubá que designa a cabaça que contém os objetos de culto e adoração a um Orixá. Muito utilizado nos assentamentos sagrados, o objeto também é uma vasilha com diversas utilidades.
Banda formada em 2008, Metá Metá significa no mesmo idioma africano a ideia de “Três em um”. Não à toa, a expressão batiza o trio composto por Kiko Dinucci, Juçara Marçal e Thiago França. Com três álbuns de estúdio lançados, todos em LP, o grupo passeia por influências da música afro-brasileira e do jazz; e explora sonoridades experimentais através de seus arranjos.
A compilação traz todos os elementos da banda: o canto ancestral de Juçara, as cordas virtuosas de Kiko, o sopro sedutor de Thiago e atuações vigorosas dos vários músicos de apoio. As faixas de Igbá são envolventes e quem é acostumado a ouvir apenas os álbuns pode se surpreender com músicas mais pesadas e a variação de “Atotô” (Kiko Dinucci), lançada também no excelente Padê (2008). Como intérpretes, desconstroem a “Serenata Suburbana” (Capiba) em um samba torto, fazem “Let’s Play That” (Jards Macalé/Torquato Neto) soar como se fosse de autoria própria e recriam “Me Perco Nesse Tempo” (Edgard Scandurra), eternizada pelas Mercenárias. Alinhando um som acessível com experimentalismo, afrobeat (Tony Allen, lenda do gênero, toca na faixa “Alakorô”) e noise music, é uma coletânea essencial para a obra do Metá Metá, principalmente por reunir fragmentos do grupo até agora inéditos em um único volume.
O que esperar desse lançamento?
Igbá será lançado no padrão do projeto Três Selos, que opera no formato de clube de assinatura desde 2019, comercializando um disco por mês, que pode ser adquirido também de forma avulsa. Os LPs possuem tiragem limitada de 600 cópias e incluem capa dupla (gatefold) empastada e pôster exclusivo, além de vinil de 180 gramas (entenda as características desse tipo de disco aqui). Segundo a empresa, ainda não há a informação de que as letras das músicas estarão inclusas no material gráfico. O valor do álbum é de R$150 para compra avulsa e R$120 para assinantes, ambos sem o valor de frete. A Três Selos informa em seu site que os envios estão sem previsão devido à pandemia do COVID-19 e que a data será divulgada assim que possível.
Para fãs do Metá Metá é um lançamento indispensável. Como toda sua discografia já foi lançada em vinil, uma compilação reunindo os EPs é essencial para a coleção. Para os curiosos e interessados no trabalho da banda e em artistas atuais da música afro-brasileira também pode ser uma boa compra, já que é uma coletânea que traz material dos doze anos de carreira do trio, o que entrega uma visão geral de sua obra. Contudo, se você ainda não conhece as canções e se interessou pelo LP, ouça algumas gravações contidas no disco que reunimos abaixo:
A1. Odara Elegbara
A2. Alakorô
A4. Atotô
B2. Sozinho
B3. Me Perco Nesse Tempo
B4. Let’s Play That
B5. Ajalaiyé
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