Lançamentos

Os discos da semana #02 (07/03 a 13/03)

Salve, salve discóltras! Geral aqui em casa se cuidando e lavando as mãos, né? Aqui é o Vitor Silveira chegando com uma semana cheia de lançamentos, da MPB ao experimental, do jazz ao emo!

Vamos aos destaques, pode escolher o seu disco na estante digital e soltar o play pra ajudar a passar a quarentena, aqui a qualidade musical é alta!

Antonio Adolfo & Leila Pinheiro – Vamos Partir Pro Mundo – a Música de Antonio Adolfo e Tibério Gaspar
Nesse disco Antonio Adolfo e Leila Pinheiro regravam grandes canções nascidas da eterna parceria de Antonio Adolfo com Tibério Gaspar. Roberto Menescal participa do disco tocando violão e guitarra, não é pouca coisa. No repertório um clássico atrás do outro!


Black Mantra – VXNTX VXNTX
Segundo disco da galera do Black Mantra produzido pela banda e pelo grande BNegão! Com a palavra a banda: “A cultura do dj e dos bailes é muito forte pra gente. Por isso, tivemos uma preocupação maior em dialogar com as discotecagens e com as nossas influências brasileiras. Trouxemos bateria e baixo funk, teclados hip hop, metaleira reggae e encontramos inspiração em outros ritmos como tecno-brega e carimbó, atualizando o nosso próprio repertório”. Destaque para a faixa Funky Dramma, com sample do Tim Maia e inspirada fortemente na faixa Funky Drummer, do mestre James Brown!


CocoRosie – Put The Shine On
Folk dos mais esquisitos misturado com trip hop, essa é a descrição das meninas do CocoRosie pra quem ainda não conhece. Put The Shine On chega depois de um jejum de cinco anos desde o último lançamento (Heartache City, 2015) e é o disco menos experimental da carreira, mas sem perder um centímetro da qualidade!


Dead Koys – Resting Places
Emo bom, emo de qualidade com altas influências do skate punk dos anos 90 e feito na medida pra quem virou noites jogando Tony Hawk. Não encontrei grandes informações sobre a banda na internet, só que eles são da Alemanha e já fizeram mais ou menos 150 shows pela Europa. Solta o play!


Deap Lips – Deap Lips
Deap Lips é um projeto que junta as Deap Vally com Wayne Coyne e Steven Drozd (Flaming Lips). Os primeiros singles que saíram me deixaram um pouco tenso com o disco que viria, daí a importância de escutar o disco completo. As duas bandas se completam em estúdio, o peso das Deap Vally com as psicodelias dos Flaming Lips deram luz a um disco incrível, que vale cada segundo do play. Ah! A faixa “the pusher” é uma reimaginação da faixa clássica do Steppenwolf!!


Djonga – Histórias da Minha Área
Dando continuidade na tradição de lançar um disco por ano, sempre no dia 13/03, Djonga surge com o seu quarto disco. Histórias da minha área é um disco biográfico, que conta histórias do próprio Djonga e de amigos próximos. As letras certeiras são resumidas já na capa, de autoria de Alvaro Benevente, o Alvinho: “Djonga me ligou falando que queria mostrar todos de pé, de bem com a vida, e vendo como poderiam estar se as coisas tivessem ido por outro caminho, ou seja, mortos no chão”. O disco é forte e pesado, um dos melhores lançamentos do ano até agora!


Hilary Woods – Birthmarks
Em contraste com o disco anterior (Colt, 2018), Birthmarks é um disco denso e delicado, cheio de camadas, que foi composto num período de dois anos e gravado durante a gravidez da Hilary Woods. Sonoramente inspirado “por idéias de transmutação interior diante da ansiedade, fotografia japonesa do pós-guerra, música antiga, vida secreta de árvores, lobos, drones, desenhos de Francis Bacon, imagens de Francesca Woodman, os filmes de Chris Marker, o colapso experimental da comunidade e o poder da voz humana solitária”. Lançamento do selo Sacred Bones!


Jonathan Hultén – Chants from Another Place
É sempre interessante quando um artista que já está há algum tempo lançando discos como banda decide lançar um disco solo. Esse é o caso do Jonathan Hultén, guitarrista da banda de death metal Tibulation. Chants from Another Place está longe de ser um disco de metal, nesse trabalho o cara vai fundo no folk. Disco altamente recomendado pra quem curte Nick Drake, Sufjan Stevens e Fleet Foxes!


Lessa Gustavo – Sem Mistério
Lançado pela Mondé, um dos selos mais queridos da casa, Lessa Gustavo produz arte sonora e visual, buscando reaproveitar e dar um novo sentido ao que foi criado antes para outro intuito, quase sempre não artístico. Recortes de revistas, alegorias, sons recombinados e distorcidos trazem novos significados, bem desassociados do sentido original. O som é brabo, passeando pelo hip hop, jazz e experimentalismo na medida certa!


Letrux – Letrux Aos Prantos
Mergulhando ainda mais fundo no climão, nesse segundo disco solo Letrux explora ainda mais os timbres e letras sobre o cotidiano que foram sucesso em Noite de climão (2017). O disco conta com participações especiais de Lovefoxxx (a eterna vocalista do CSS, uma das bandas favoritas da casa) e de Liniker e os Caramelows. Ele foi realizado pelo edital da Natura Musical, então é de se esperar que venha o vinil em breve!


Peter Bjorn and John – Endless Dream
Quem aqui lembra daquela música do assovio? É impossível não lembrar de Young Folks quando se fala em Peter Bjorn and John. Quem acompanha a carreira dos caras sabe que eles seguiram numa onda um pouco mais sombria, falando de temas mais pesados, como em Darker Days (2018). Nesse disco eles surgem com temas mais alegres, mantendo a ótima fórmula da banda em misturar o indie dos anos 2000 com a psicodelia dos anos 1970!


Shabaka and the Ancestors – We Are Sent Here By History
Disco novo do saxofonista Shabaka Hutchings, que já tocou SÓ com Sun Ra Arkestra, Floating Points, Mulatu Astatke, Polar Bear, Melt Yourself Down, Heliocentrics e Zed-U. Esse é o segundo disco com os Ancestors, descrito pelo Shabaka como uma “meditação sobre o fato de nossa próxima extinção como espécie”, e segue explorando ritmos da tradição africana e afro-caribenhas, já presentes no disco anterior (Wisdom Of Elders, 2016).

Vitor
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Vitor

Vitor é editor, colunista e webmaster do Disconversa. Entre opiniões polêmicas e informações obscuras, enxerga em um disco do Cartola a mesma beleza que no Metal Machine Music do Lou Reed.

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