Hugo Noguchi (Ventre, SLVDR) transforma disco “Humaniora” em impactante curta-metragem
Artista se inspira de literatura e música pop a animes e games
Hugo Noguchi amplia a identidade de seu projeto solo, hugo, com um curta-metragem que transforma seu disco de estreia, “Humaniora”, em uma experiência audiovisual completa. Colocando em primeiro plano o caráter imagético, atual e urgente desse trabalho, o vídeo vai da banalidade do cotidiano ao surrealismo quase distópico ancorado na realidade do Brasil de 2022, com todas as suas desilusões.
Na versão do álbum lançado em 2021, “Humaniora” tem 20 faixas. No curta, seus 47 minutos de duração são transformados em 15. É tempo mais que suficiente para levar hugo por cenários tão variados quanto uma cachoeira, uma mata, espaços domésticos e urbanos. Com um roteiro construído por William Freitas, hugo e Iago Gomes – este último, também responsável pela direção e fotografia -, o filme não esconde suas referências.
Visualmente, “Humaniora” vai de “Anima”, de Thom Yorke, a “Beyoncé”, álbum visual da cantora americana. De Yoko Ono a Wong Kar Wai; de “Minari”, de Lee Isaac Chung, a “Tenet”, de Christopher Nolan. As referências textuais são da vivência pessoal de hugo e da experiência nipo-brasileira e gaijin das últimas décadas, passando pela literatura mundial (“A Montanha Mágica”, de Thomas Mann; “Another Country”, de James Baldwin; Yukio Mishima; “Cidades Invisíveis”, de Ítalo Calvino); mitologia grega; Tao te Ching e Bojack Horseman.
Já as inspirações musicais são Bjork; “Tábua de Esmeralda”, de Jorge Ben Jor; rock inglês, Elliott Smith, Thundercat, Flying Lotus, J Dilla, Clube da Esquina; “Donda”, de Kanye West. Por fim, hugo reúne influências dos filmes do Studio Ghibli até jogos de Super Nintendo e PlayStation One.
São 20 faixas onde o artista constrói sobre a sonoridade apresentada em singles e compactos revelados entre 2018 e 2019, como “SATORI / VAZIO”, “Raízes / Tela em branco” e “Não sou daqui”, este último uma reflexão sobre suas raízes japonesas com um clipe gravado durante uma viagem à terra natal de seu pai. Todas essas camadas ressurgem em “Humaniora“, porém sob um novo prisma. Com uma ousada abordagem literária para a música, o carioca de criação paraense faz de cada faixa um capítulo onde a trama surpreende e o mergulho é profundo.
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