George Transcendental
Por Raoni Moreno
Hoje, George Harrison estaria completando 79 anos de idade. O mais jovem dos Beatles, era menor de idade quando entrou para a banda a convite de Paul McCartney que na época era seu colega de escola, e junto com Ringo e John, formaram uma das maiores bandas musicais da história. Conhecido como o Beatle quieto, George sempre foi tímido, introspectivo e interessado em espiritualidade. A partir de 1965, no álbum Rubber Soul, ele começa a colocar duas composições suas por álbum. Também é em Rubber Soul que começam a surgir sons com influência da música indiana, como a música “Nowergian Wood” onde George toca Sitar – instrumento clássico de origem indiana -. A partir daí, nos próximos discos, os Beatles, sob a batuta de George, gravam algumas músicas com influência direta da música indiana, com músicos indianos convidados em algumas gravações. Com seu amadurecimento, George vai ganhando protagonismo, com lindas canções, mesmo tendo direito a apenas duas canções por álbum. No último disco gravado pelos Beatles, o “Abbey Road”, as duas canções de George se tornam hinos, músicas até hoje regravadas e cultuadas, trata-se de “Here Come The sun” e “Something”. Quando a banda termina, no ano de 1969, George está cheio de canções prontas para serem lançadas e logo no ano seguinte lança um disco triplo, “All Things Must Pass”. Este álbum entra para a história e fica por semanas no topo da Billaboard, com vários hits, entre eles, “My Sweet Lord”, “All Things Must Pass”, Isn’t It a Pity”, entre outros.
George foi o pioneiro em organizar shows beneficentes e o seu primeiro foi o Concerto para Bangladesh com a participação de diversos astros da música da época e entre eles, seu amigo Ravi Shankar. Esse concerto foi registrado e lançado em vinil triplo. George sempre foi o mais espiritualizado dos Beatles, tinha uma busca incessante por respostas que ele só foi encontrar nos Vedas, com mestres indianos, que conheceu através de seu amigo, Ravi Shankar. Dentre esses mestres, conheceu Srila Prabhupada e se encantou pela filosofia Vaishnava. Ele inspira Ringo, Paul e John e sugere a irem para a Índia com ele para uma temporada em um retiro espiritual, em busca de autoconhecimento. Desse retiro, nascem praticamente todas as composições do Álbum Branco, único disco duplo lançado pelos Beatles no ano de 1968. George se torna um grande devoto de Krishna, realizando significativas contribuições para a expansão e consolidação da filosofia Vaishnava no ocidente.
George era o caçula de quatro irmãos, sua mãe durante a sua gestação ouvia música indiana na esperança de que a música “exótica” trouxesse paz e tranquilidade para o seu bebê. E parece que funcionou muito mais do que ela esperava. George casou-se duas vezes, teve um filho, lançou dezenas de álbuns, produziu discos, filmes e deixou um legado que é difícil mensurar. Faleceu em 29 de novembro de 2001 por conta de um câncer no pulmão. Eu tenho uma grande admiração por sua pessoa e sua obra e quando ouço seus discos, sobretudo estes três, “All Thing Must Pass” 1970, “Linving The Material World” 1973 e “Dark Horse” 1974 – segue abaixo imagens na ordem – sinto de fato, algo transcendental nas suas melodias, letras e toda energia espiritual que ele emprega em suas canções.
- O Maravilhoso pessoal do Ceará - 14 de março de 2022
- George Transcendental - 25 de fevereiro de 2022