As capas de Alain Voss
De origem francesa, Alain Voss passou parte de sua vida no Brasil, deixando grande marca na indústria fonográfica entre o final da década de 1960 e começo dos anos 1970.
É ele o autor das artes dos dois últimos LPs da fase clássica dos Mutantes, justamente as que possuem as capas mais marcantes. Sua mistura de psicodelia com surrealismo e o uso de cores fortes são inconfundíveis. No momento da morte de Voss, no ano de 2011, Arnaldo Baptista comentou em sua página no Facebook: “O grau de periculosidade; atingiu-me, em cheio: meu amigo Alain Voss, que ensinou-me à ousar, faleceu…”.
Alain fez capas para diversas coletâneas da gravadora Polydor, todas com artes semelhantes que evocavam o espírito da juventude hippie da década de 1960. Nesse período, possuia uma agência com o também artista Antônio Peticov, batizada Lesma Azul.
Além da carreira de capista, Alain também trabalhou com pôsteres de shows e ficou principalmente conhecido por seus trabalhos com histórias em quadrinhos. Teve um extenso trabalho em revistas brasileiras e participou ao lado de Moebius, na França, da publicação Metal Hurlant (onde criou a série Heilman), além de ter trabalhado com sátiras de personagens clássicos, como Asterix e Superman. ⠀
Apesar de ter saído do Brasil em 1972, por conta da ditadura militar, Alain retornou ao país no fim dos anos 1980, se tornando vencedor de diversos prêmios HQ Mix, incluindo o de melhor ilustrador na primeira edição. Faleceu em Portugal aos 65 anos vítima de um AVC.
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