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DCV + Mentelab: 5 discos de Bossa Nova por Monna

Com o toque elegante do seu piano e sua voz suave, a cantora Monna tem a bossa nova como uma de suas principais influências. Para mostrar essa inspiração, a artista que participa da nova temporada do Acústico Mentelab falou com exclusividade para o Disconversa sobre algumas de suas referências. Confira!!

Chega de Saudade – João Gilberto (1959)

O primeiro disco influente na minha musicalidade não poderia ser diferente. Chega de Saudade apresentou uma forma musical que mudaria o rumo da MPB para sempre. A música, composição de Tom Jobim e Vinícius, dá título ao álbum e nasceu no ano anterior, e atualmente é considerada o marco inicial da Bossa Nova. O trabalho lançou João Gilberto e a sua carreira musical para o Brasil. Ademais, o lançamento do LP consolidou o novo estilo que surgia. Ou seja, marcado por características como o canto suave, influência do jazzista Chet Baker, e acordes pouco convencionais.

O amor, O Sorriso e A Flor – João Gilberto (1960)

Considerado um dos grandes clássicos da música brasileira, O Amor, O Sorriso e A Flor consolidou um estilo de musica puramente brasileiro. E consagrou João Gilberto, Tom Jobim e muitos músicos que viriam a fazer sucesso nos anos seguintes. Outro ponto importante do repertório de Gilberto era como ele conseguiu simplificar as canções de um jeito único. A música brasileira naquela época era cheia de cordas e instrumentos de sopro, já que era inteiramente baseada na música francesa e nos grandes artistas dos anos 1940.

A Bossa dos Cariocas – Os cariocas (1962)

Minha formação de canto coral permitiu explorar muito bem os temas vocais e aberturas de vozes, coisa apresentada desde os 11 anos nas aulas em conjunto. Esse disco é uma bíblia para qualquer um que deseje desenvolver seu aspecto vocal.

Nara – Nara Leão (1964)

Musa da Bossa Nova, Nara Leão foi uma das precursoras do gênero ao realizar, no seu apartamento em Copacabana, as famosas reuniões com outros músicos. Nara é o primeiro disco da carreira da artista. Entretanto, é interessante notar como ela flertava com duas vertentes diferentes musicalmente. Isso porque por um lado o álbum tem canções de Vinicius de Moraes, Baden Powell e Carlos Lyra. De outro, de autores como Cartola, Nelson do Cavaquinho e Zé Kéti. Ou seja, ao mesmo tempo em que era nome forte na Bossa Nova, ela também atuava, tinha influência e resgatava a tradição do samba novamente em seu trabalho. Muito disso ou quase tudo isso se reproduz nas minhas apresentações ao vivo.

Getz/Gilberto – Stan Getz e João Gilberto (1965)

“Melhor que o silêncio, só João” já dizia Caetano veloso. A obra já entrou pra historia ao ganhar o Grammy de “Álbum do Ano” com Getz / Gilberto, um LP em parceria de João Gilberto com o norte-americano Stan Getz. É um disco em que Tom compôs a maioria das musicas, que ganharam arranjos extraordinários, pois a junção entre música popular e “sofisticada” o fez cair no gosto da crítica especializada. Além disso, todas as gravações se tornaram clássicas, como “Desafinado”, “Corcovado” e, principalmente, “Garota de Ipanema”. Além de revelar Astrud Gilberto, a música foi a segunda mais tocada no mundo, de novo, atrás apenas de “Yesterday”.

Disconversa

Disconversa

O Disconversa é um projeto de produção de conteúdo sobre discos de vinil. Composto por pesquisadores e colecionadores do formato, o objetivo da iniciativa é levar informação até os amantes da música em 33 rotações.