Entrevista – O Grito fala sobre seu novo single, “Tá Todo Mundo Ficando Frito”
O Grito está com música nova! Formado por Bê Queiroz (baixo e voz), Edu Raddi (bateria e voz) e Pedro Canuto (guitarra e voz), o power trio carioca apresenta “Tá Todo Mundo Ficando Frito”, single marcado pela influência de grupos como Nação Zumbi e Baiana System, que conta também com o coro de Sophia Fried e Samara Costa. Na produção, a banda se uniu a Juan Marques e Gabriel Pompeu, que também participaram da música com percussão, cordas e beats.
Em entrevista ao Disconversa, o trio respondeu cinco perguntas sobre a produção de “Tá Todo Mundo Ficando Frito”. Confira a nossa conversa com O Grito!
A música traz várias participações e dinâmicas que não são comuns nas músicas de vocês. Como foi o clima da gravação no estúdio?
Bê Queiroz: O clima de gravação foi ao mesmo tempo intenso e divertido. A música exigiu um processo de gravação complexo e trabalhoso, mas esse processo foi muito satisfatório pelos momentos que tivemos no Estúdio Nova Órbita. Os produtores Juan Marques e Gabriel Pompeu, além de muito talentosos, são grandes amigos nossos, o que faz com que o clima no estúdio seja sempre alegre. As cantoras Sophia Fried e Samara Costa já são parceiras de longa data. A primeira participação delas em uma música do Grito foi em 2017. Ficamos muitos felizes por poder gravar ao lado de músicos que construíram uma relação de confiança e amizade com a banda, e esperamos reviver essas parcerias no futuro.
Quais foram as referências do Grito para a composição de “Tá Todo Mundo Ficando Frito”?
Pedro Canuto: A música traz um viés urbano e realista. Tanto na letra quanto na parte musical a composição é sincera e baseada em nosso tempo presente. Figuras como Paulo Galo e Reinaldo (jogador pantera negra do Atlético Mineiro), são homenageadas e contextualizadas na letra. Já na parte musical, o último álbum do Don L e o som de rap vanguardista do Outkast foram referências bem presentes na hora de montar o arranjo. EM relação a harmonia, eu estava ouvindo muito carimbó e BaianaSystem quando compus, provavelmente deve ter vindo daí.
Como foi concebido o arranjo dessa música?
Pedro Canuto: O arranjo partiu de duas ideias centrais: Uma lampejo musical que é o riff inicial da música e um refrão conceitual, que é o que aparece no final. Tendo esses dois embriões, mostrei pra banda e começamos a trabalhar em cima dessas ideias para fazer a ponte entre o riff e a outro do final da música. Nesse período, estudamos referências, fomos mesclando e levamos um protótipo aos produtores da faixa. Com o trabalho fino de percussão deles e o arranjo barroco na parte B, idealizado pelo Juan, fomos vendo esse “bebê” nascer, de forma natural e surpreendente.
O single mostra a banda com influências muito diferentes do que havia sido apresentado até o último lançamento do Grito, “Estrela Vermelha”. O que ele representa na obra de vocês?
Edu Raddi: Em “Estrela Vermelha” passamos muitas horas ouvindo Novos Baianos e a carreira solo do Moraes Moreira como estudo de arranjo, foram nossas maiores influências. “Tá Todo Mundo Ficando Frito” é uma música que abrange uma gama muito maior de elementos e influências, que vão desde o manguebeat e o carimbó até a música eletrônica e o rap, então foi necessário um estudo bastante abrangente. Ela representa algo muito único na nossa discografia, diferente de tudo que já fizemos. Ao mesmo tempo, também representa essa nossa paixão antropofágica pela música.
“Tá Todo Mundo Ficando Frito” indica caminhos que levarão a um próximo disco do Grito? O que podemos esperar de um próximo álbum de vocês?
Pedro Canuto: Sim! É o começo de uma nova era na banda, estamos planejando um álbum repleto de conceitos incomuns e experimentais inseridos em nosso rock brasileiro. Prometemos muitas novidades seguindo essa linha em 2023!
Assista agora ao webclipe de “Tá Todo Mundo Ficando Frito”!
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