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NPFdP #20 – E eu me sinto melhor colorido – A música brasileira pós tropicalia (1969-1974)

Eu, DJ tranzimbah, serei seu guia “Na Parte Funda da Piscina.”

Nessa sessão do nosso Disconversa, vou apresentar DJ Sets semanais (atualmente toda Quarta-Feira) cuja a finalidade, e como o nome sugere, é dar um mergulho de cabeça para descobrir novos gêneros musicais, subgêneros e principalmente novas sonoridades. O termo foi usado por Ed Motta em uma entrevista à Mauricio Valladares, no programa “Ronca Ronca“, para se referir àquelas músicas que saem do costumeiro, que vão muito além da beirolinha. E como um entusiasta e propagador dos mergulhos sonoros mais profundos, decidi batizar assim esse novo projeto.

A manhã tropical chegou ao fim. Depois de ter rompido paredes, capinado pastos e ter desbundado pra cima dos caretas, a trupe tropicalista liderada por Caetano & Gil já não tinha os seus capitães na linha de frente, ambos exilados. Nesse vácuo de 1969 em diante muita água e som rolou. Vimos surgir Ednardo & o pessoal do ceará, os Novos Baianos, Alceu Valença e a galera do Udigrudi (que já foi tema de NPFdP AQUI), Milton Nascimento, Lô Borges e os mineiros que lançaram o antológico álbum “Clube da Esquina” (tema de outro NPFdP AQUI) e a ascensão e voo solo de Gal Costa. A trinca Macalé, Melodia e Sampaio com suas ressignificações do sambas e suas letras cantando o morro, a sociedade e a real morbeza de ser brasileiro. Djavan com sua voz e violão. Ivan Lins, João Bosco e Luiz Gonzaga Jr representando o pessoal da M.A.U. Tem também o rock rural de Sá, Rodrix e Guarabyra.

Incrível a quantidade da produção de alto padrão musical. Nesse período curto entre 1969 e 1974 tem pelo menos duas dezenas de discos ótimos/fundamentais para entendimento da MPB e de importância referencial para uma gama sem fim de gerações de artistas posteriores. Nacionais e internacionais. Ainda hoje em 2020 é visto em entrevista discos desse período sendo citado como o motivo da pessoa estar fazendo música ou buscando aquela sonoridade dos idos anos 1970.

Essa mix foi pensada e feita de uma forma que melhor pudesse cobrir e lembrar peças fundamentais que surgiram ou desabrocharam durante esses anos do recorte aqui usado. Claro que como toda lista ou seleção ficam de fora alguns nomes e músicas, mas a graça é justamente essa. Um motivo de ouvirmos e debatermo 😀

Bom mergulho e vamo juntos.

Tracklist Na Parte Funda da Piscina # 20 – … E eu me sinto melhor colorido – A música brasileira pós tropicalia (1969-1974)

01 Tema de Abertura – Tranzimbah
02 Baby Rose – Luiz Melodia
03 Amor – Secos & Molhados
04 Colégio de Aplicação – Os Novos Baianos
05 Let´s Play That – Jards Macalé
06 O Começo da Festa – Luiz Gonzaga Jr
07 Sorriso da Mágoa – Ivan Lins
08 Moto 1 – Raimundo Fagner
09 Na Hora do Almoço – Belchior
10 Palmas Para dar Ibope – Ednardo & O Pessoal do Ceará
12 Sai do Sereno – GIlberto Gil & Gal Costa
13 Maçã do Rosto – Djavan
14 Dagmar – Os Novos Baianos
15 Pontos de Luz – Gal Costa
16 Rockxixe – Raul Seixas
17 Ciça, Cecília – Erasmo Carlos
18 Dumingaz – Jorge Ben
19 Lília – Milton Nascimento, Lô Borges & Clube da Esquina
20 Júlia/Moreno – Caetano Velosos
21 Ave Lúcifer – Os Mutantes
22 Fala – Secos & Molhados

William de Abreu

William de Abreu

William “Tranzimbah” de Abreu tem 29 anos, é comunicólogo e DJ.⠀ Will é o cara que manja tudo de Black Music, um dicionário ambulante de quem sampleou quem nesse mundão sem fronteira. As misturas de música brasileira com rap e hip-hop são seus xodós.

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