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Cinco verdades que você precisa saber para se considerar um colecionador

Existem fatos que todo colecionador deve saber. Desde formas de cuidar do seu vinil até como não ser um vacilão, aqui vai uma lista com cinco verdades sobre o mundo dos LPs:

1 – Não se guarda disco na horizontal

Nunca façam isso. Jamais. De jeito nenhum. É um crime inafiançável. Pode parecer que você vai economizar espaço entulhando, digo, empilhando seus LPs dessa forma, mas a única coisa que você vai conseguir é empená-los e torná-los intocáveis. Ajeite um espaço e cuide dos seus discos com carinho!

2 – Disco usado tem que ser lavado antes de ouvir

É importante ser exigente com a limpeza dos seus discos, tanto pela preservação do vinil quanto da agulha. Há diversas formas de realizar a limpeza e acredito que cada colecionador tem a sua. Costumo realizar a mais básica: lavo na torneira com detergente neutro, sem glicerina, e água. Depois de seco guardo em um plástico novo.

3 – A boca do plástico é sempre pra cima

Guardar um disco com a boca do plástico no mesmo sentido da abertura da capa não é a melhor das ideias. Além da chateação de que muitas vezes você vai puxar o álbum e a proteção vai ficar escorregando, pode acontecer também de o disco cair na hora de retirá-lo da estante. Virando a parte aberta do plástico para cima o colecionador garante uma proteção maior para o seu item.

Talvez você se pergunte: “Ah, então por qual motivo as lojas deixam os plásticos da forma considerada errada?”

Os LPs das lojas são mais manuseados e os colecionadores sempre checam seu estado e se o item possui encarte. Com o plástico dessa forma, o trabalho acaba se tornando mais fácil.

4 – Existem muitos discos de R$10 tão interessantes ou mais que LPs que custam fortunas

Em dois episódios do Disconversando levantamos essa bandeira. Falamos de discos que são bons, bonitos e baratos e também de coleções de banca, vendidas hoje a preço muito leves.

De forma alguma estou dizendo que discos raros e caros são ruins. O próprio álbum que usei para ilustrar, Não Fale Com Paredes (1970, Módulo Mil) é um disco com preço médio aproximado de R$3.200 (segundo o Discogs) e é um álbum fantástico.

O que estou afirmando é: apesar de que colecionar nunca é barato, independente do que você colecione, não ter edições originais, LPs da Mobile Fidelity ou álbuns raríssimos não te torna menos colecionador que alguém que tem estantes e mais estantes de discos. Mais importante que OBIs, cópias em estado mint e prensagens japonesas é você ouvir as músicas, conhecer as capas, os encartes e, acima de tudo, estar feliz curtindo suas bolachas.

5 – Você pode ser feliz com um som hi-end ou com uma maletinha

Que fique muito claro de início: não estou de forma alguma comparando os dois aparelhos de som. A questão é que no mundo do colecionismo existem pessoas que vão dizer sempre que os únicos equipamentos possíveis (seja um violão, um videogame ou um toca discos) são os mais caros e com a melhor construção.

Equipamentos de som de alta qualidade estão cada vez mais raros e caros. Para quem mora longe de cidades que têm lojas de som a única opção é recorrer à internet. Mesmo existindo vendedores confiáveis e até mesmo lojas especializadas online, os preços continuam não sendo dos mais acessíveis para quem quer ter seu primeiro toca discos.

Muitas vezes as vitrolas mais novas e de qualidade inferior a aparelhos das décadas de 1970 e 1980 vão ser a única opção viável para você, futuro colecionador. Por isso afirmo: você pode ser feliz com um toca discos barato e de pouca qualidade, desde a maletinha até um 3×1 vertical. Eu tive um aparelho desses considerados “vinil killers” e contei no Universo Retrô minha experiência com ele desde a compra até o momento em que me desfiz.

Na hora de comprar, se norteie sempre pelo seu orçamento e, se puder, pelo seu ouvido. Podendo testar um som, teste. Pesquise se o modelo da agulha que ele usa é acessível (em preço e oferta) antes de comprar. Se o som te agradar não importa que um audiófilo diga que você deve ficar mais seis meses sem poder ouvir LPs para juntar mais dinheiro e comprar uma Technics.

Ao mesmo tempo, tenha consciência: Ao comprar um aparelho desses você não vai estar ouvindo o tal som maravilhoso que o vinil proporciona. Mas tenha calma. Pode ser que seu orçamento vá melhorando com o tempo (uma promoção no trabalho, um prêmio na loteria) e você possa trocar seu equipamento de som – se sentir necessidade.

Lucas Vieira

Lucas Vieira

Lucas Vieira é jornalista e editor do Disconversa. Além de colecionar discos gosta de videogames antigos e assistir os mesmos filmes mil vezes (em VHS).

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