Gabriel Marinho comenta faixa a faixa de G.a.B.o., seu primeiro EP
Figura presente no music business, palcos e estúdios do RJ, Gabriel Marinho, nascido em Salvador (BA), vem inovando o cenário e o mercado musical com sua identidade única. Como músico e produtor já assinou parcerias com nomes como Angelique Kidjo (Ganhadora de 4 Grammys), Tássia Reis, BK’, Jesuton e Donatinho entre outros.
No mercado musical foi responsável por fundar o selo e agencia Mondé, que lançou no mercado digital artistas como Raffa Moreira, Luellem de Castro, Luciane Dom, Vinícius Terra e Dino D’Santiago, luso cabo-verdiano diretamente ligado ao último álbum de Madonna. Hoje possui mais de 70 artistas em seu cast. É também líder de equipe na iMusica, agregador digital e empresa responsável pela plataforma Claro música.
O EP composto por 5 faixas autorais, quase todas criadas em “um take só” de cada instrumento ou programação, o projeto foi iniciado em janeiro de 2019, originalmente como um conteúdo para a rede social Instagram, onde em vídeos curtos o músico mostrava seu processo de criação.
A ideia acabou se desdobrando, e ganhou a necessidade de ser compartilhada de modo integral com o mundo externo, e o formato com 5 faixas foi escolhido, nas quais o produtor navega por suas influências que passeiam por Salvador, Rio de Janeiro, Lisboa, Londres e Praia, caminhos permeados sempre pela sonoridade da diáspora africana.
O EP é lançado pelo selo Mondé, responsável por diversos releases do cenário independente brasileiro, e no qual o músico também atua como CEO. Sobre essa figura multifacetada Gabriel comenta:
“O G.a.B.o surge de uma necessidade de expor um lado mais artístico, a figura do Gabriel Marinho estava muito anexada ao business, estúdios, escritórios, e até a própria Mondé. Tava ficando meio complexo ser o cara que assina o contrato, produz uma pá de gente e ainda ter como assinar um projeto experimental”.
O lançamento contou com conceito de William de Abreu, fotos e filmagens de Lílian Bonard, edição de Maicon de Paula e conceito visual de Vladmir Ventura!
Gabriel Marinho abre seu home estúdio e seu processo criativo no EP de estréia do projeto G.a.B.o (Gabriel anônimo Baiano/Baterista/Brasileiro original). Confira abaixo o faixa a faixa!
1) Depois da Liberdade
Nasci em Salvador num 4 de julho, dois dias depois do dia da independência da Bahia, comemorada na feriado de Dois de Julho. Essa música é a única cantada, e é bem pessoal. Traz uma pegada de aboio, e me lembra minha primeira infância na zona rural do recôncavo na cidade de Castro Alves com meus pais. É única faixa que não tem elementos eletrônicos.
2) Da Place
Som mais hip hop do EP, tem uma influência de Flying Lotus, e me remete ao Rio de Janeiro, um rolé preto, numa onda afro-futurista que estava rolando bastante nos últimos tempos. Eventos com a galera da Mondé e da Of Color, bem a onda dessa nossa galera. É track mais hip hop do projeto, e não me deixa fugir a essa cultura que me deu a profissão de produtor musical.
3) Luv
Namorei o sample dessa música durante uns 10 anos desde que baixei uma coletânea do Studio1, e me prometi que um dia faria algo com ele. Esse som acabou surgindo de forma bem natural, já conhecia bem o sample, entāo recortei bem rápido e em uns 30 minutos já tinha quase tudo pronto. Dedico essa a minha esposa Lílian e ao Caetano meu filho.
4) Ofá
Foi a raiz do projeto, nasceu com a ideia de mostrar meu processo criativo, o vídeo saiu no dia 8 de janeiro de 2020, um dia depois do aniversário do Luiz Melodia, e Odaraya Mello, duas pessoas importantes nessa caminhada. O texto do insta do lançamento foi em inglês e falava isso:
“The musician and producer Gabriel Marinho presents his world, the Studio Ofá, and intimately shows his process of creation materialized in a song created and performed basically in 1 take.”
Ofá é o nome do arco e flecha de Oxossi, ou Aganga Otolu, meu Vodun de cabeça.
5) Tambo
Fiz esse som num domingo de sol em casa, onde juntei a vibe do kuduro, afrobeats, afrohouse com um Alujá de Sangò. Dividi um line-up em Lisboa no festival Iminente com os Djs Marfox e Niggafox, depois do show do Vinicius Terra que fiz direção musical, depois que esse som ficou pronto acho que dialoga com o som que eles fazem, que é mais pesado. Usei o nome “Tambo” também para trazer algo de criolo no nome, sem o “r” bem português da palavra tambor.”
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