As capas de Rogério Duarte
Rogério Duarte foi quem criou a identidade visual da Tropicália. As formas e cores que o designer deu às capas de discos de Gal, Gil e Caetano retocaram o céu tropicalista de anil.
O baiano de Ubaíra nasceu em 1939 e estudou artes nos Seminários Livres da Universidade Federal da Bahia. Ao mudar-se para o Rio, no começo da década de 1960, ampliou seus estudos na Escola de Belas Artes e no Museu de Arte Moderna. Nesse período, em que foi aluno do vanguardista Aloísio Magalhães, entrou em contato com o que havia de mais moderno no mundo das artes e do desenho industrial.
Sempre com o uso de várias cores, somadas à uma clareza na diagramação, Rogério sabia com perfeição misturar elementos sem tornar seu produto final confuso. Sua união de pop art com a psicodelia do rock e características da cultura popular brasileira criou uma identidade visual muito precisa do que os tropicalistas faziam com as músicas – sons, letras e design conversaram perfeitamente com essa união. Falando de movimentos artísticos, podemos dizer que Duarte misturou o Bauhaus, a pop art e um kitsch à moda brasileira em suas obras.
Artistas como João Donato, Jorge Mautner e Walter Smetak também receberam capas de Duarte em seus LPs. Além das capas de disco, Rogério também fez um trabalho notável com cartazes de filmes, principalmente de Glauber Rocha (Deus e o Diabo Na Terra do Sol, Terra em Transe), de quem assina a direção musical de seu último filme, A Idade da Terra. Também é destaque seu cartaz de Meteorango Kid (1968), clássico do cinema underground brasileiro.
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